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Quando eram estudantes de medicina na Universidade Federal Fluminense, no Rio de Janeiro, os jovens Bruno Lagoeiro, Eduardo Moura e Pedro Gemal notaram que muitos colegas alunos, iniciantes na profissão, levavam livros para o atendimento aos pacientes.

O objetivo era tirar dúvidas e checar informações de forma confiável na hora de recomendar remédios ou tratamentos. Um dos amigos, Eduardo, também era conhecido por fazer resumos dos conteúdos das aulas, altamente requisitados pelos colegas.

Ao ver as necessidades dos colegas, os amigos decidiram digitalizar os resumos de Eduardo em aplicativos. A iniciativa virou negócio de verdade por volta de quando eles terminaram a faculdade, em 2012.

Assim nasceu a Pebmed, startup que os três médicos fundaram. A empresa vende conteúdo por assinatura para profissionais da saúde por meio de seu principal aplicativo, o Whitebook. “Vimos que havia uma necessidade de informação confiável para auxiliar na decisão médica, sobretudo entre os profissionais no início de carreira”, diz Lagoeiro, hoje presidente da Pebmed.

Os smartphones já começavam a se popularizar no Brasil, mas não com a dimensão que existe hoje, com mais de 200 milhões de celulares no país — mais de um por pessoa. Além disso, os buscadores convencionais, mesmo quando disponíveis, não necessariamente funcionam para médicos. Embora haja sites confiáveis, o médico não pode simplesmente buscar em qualquer lugar as informações das quais precisa. Mesmo entre os profissionais mais experientes, também há uma necessidade de constante atualização, o que demanda conteúdo confiável.

Até hoje, o principal produto da Pebmed é o aplicativo Whitebook, que tem conteúdo especializado para auxiliar no que chamam de processo de decisão médica. Há mais de 10.000 conteúdos das mais diferentes especialidades para médicos no Whitebook, que podem ser acessados por meio de um índice ou via busca — quase um “Google” especializado.

Apenas uma pequena parte do catálogo é gratuito. Mais de 190.000 médicos, estudantes ou profissionais de saúde usam de forma ativa o produto, do qual 80.000 é assinante, pagando 436,90 reais pelo plano anual, pouco mais de 30 reais mensais.

Os conteúdos são feitos por uma equipe que mistura 30 médicos, três farmacêuticos e sete enfermeiros, além de uma equipe editorial e de tecnologia de produto. A empresa tem sede no Rio e uma equipe de mais de 60 pessoas. Hoje, a Pebmed tem também um site aberto na internet com conteúdos especializados para profissionais de saúde, com a colaboração de cerca de 70 médicos voluntários que escrevem para o portal.

Os médicos podem baixar os conteúdos para acessar offline, o que é especialmente útil em determinadas regiões onde o acesso à internet é pior, diz Lagoeiro. Há outras funções dentro do Whitebook, como os “atlas de imagem”, em que os profissionais podem consultar lesões e outras informações em imagem — outrora disponíveis apenas nos pesados livros que os colegas dos fundadores levavam para o atendimento.

Portabilidade: objetivo da Pebmed é ser uma enciclopédia confiável para os médicos, com conteúdo na palma da mãoVisoot Uthairam/Getty Images

Um país onde falta médico

No segundo semestre deste ano, a Pebmed também criou um aplicativo voltado para enfermeiros, chamado de Nursebook.

O produto ainda está sendo testado, mas tem cerca de 500 conteúdos e 5.000 usuários cadastrados. A população de pagantes ainda é de cerca de 100 neste começo do produto, mas o público a ser atingido é muito maior. Há no Brasil mais de 500.000 enfermeiros e mais de 1 milhão de técnicos de enfermagem, para cerca de 450.000 médicos.

Há algumas diferenças na rotina de um enfermeiro, explica o fundador da Pebmed. Então, há no Nursebook informações como saúde de idosos, saúde da mulher, vacinação e outras instruções para o cuidado do dia-dia, que fica mais a cargo dos enfermeiros do que dos médicos.

A carência de médicos em algumas regiões do Brasil faz com que, em muitos lugares, os enfermeiros tenham grande protagonismo no cuidado com os pacientes. Enquanto em municípios com até 50.000 habitantes há cerca de 0,7 médico a cada 1.000 habitantes, em grandes cidades, com mais de 500.000 pessoas, a razão é de 4,33 médico a cada 1.000 habitantes.

As informações vêm dos dados mais recentes, de 2017, do Conselho Federal de Medicina (CFM). O quadro fez o CFM afirmar que o Brasil tem taxa de médicos similar à Europa em alguns municípios e parecida com a África em outras.

Assim, é especialmente importante ter um conteúdo especializado na tomada de decisão em regiões onde o acesso à saúde é mais precário e há menos médicos, diz Lagoeiro. “Vimos que muitos enfermeiros acabavam usando o Whitebook, então, decidimos fazer um conteúdo específico para eles”, diz.

Medicina do outro lado

Naquele começo da Pebmed, em 2012, a startup criou cerca de 20 aplicativos, um para cada especialidade. Só uns cinco deram certo, conta Lagoeiro, que viu então que seria melhor centralizar os esforços somente no Whitebook, em 2015.

Os amigos, então recém-formados em medicina, tentaram após a formatura na faculdade conciliar as profissões de médico e empresários. Foram dissuadidos por mentores em negócios a deixar de lado a medicina direta e se dedicar em tempo integral à startup. “Eu, por exemplo, pensava em me especializar e ser cardiologista”, diz Lagoeiro. “Relutamos em deixar a carreira no começo, mas em determinado momento vimos que não tinha mais saída se queríamos que o negócio fosse em frente.”

Um dos principais serviços similares à startup fluminense é o americano Pubmed, uma ferramenta gratuita (somente em inglês) com mais de 30 milhões de citações especializadas, com base no acervo da Biblioteca Nacional de Medicina, nos Estados Unidos. O “buscador dos médicos” americanos, o mais famoso na categoria, é mantido pelo Instituto Nacional de Saúde americano.

Com o celular mais à mão do que nunca, uma série de sites especializados também vêm surgindo e podem tornar-se concorrentes da Pebmed pela atenção dos médicos. Há mais de 30 startups que produzem conteúdo educativo sobre saúde e medicina, segundo o relatório sobre healthtec, ou startups de tecnologia, da empresa de inteligência de mercado de startups Distrito.

“Concorremos com esses outros players, mas o desafio é evoluir não só em qualidade como usar também a tecnologia para isso, melhorar a jornada do usuário, usar machine learning para mostrar o que ele precisa”, diz Lagoeiro. O time da Pebmed conta com oito desenvolvedores e uma equipe de dados.

O cenário de inovação e tecnologia nas startups de saúde nunca esteve tão agitado: há empresas que vão da Dr. Consulta, com consultas mais baratas voltadas para quem não tem plano de saúde, à Pixeon, de gestão de hospitais. Há mais de 380 startups no setor, segundo relatório deste ano da Distrito. A expectativa, diz Lagoeiro, é que toda essa inovação possa ajudar a melhorar e tornar mais eficiente a saúde no Brasil.

Com quase oito anos de vida da Pebmed, embora não atendam mais pacientes diretamente, os fundadores seguem aplicando seus conhecimentos em medicina de outra forma. O fato de serem médicos, diz Lagoeiro, faz toda a diferença no negócio. Segundo a Distrito, dentre os fundadores de startups de saúde no Brasil, só cerca de 10% é formado em ciências biológicas. “Para a gente tem muito esse valor de que a gente continha impactando e transformando a saúde no Brasil, que é o que sempre quisemos fazer, desde a faculdade”, diz.

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