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Em um cenário de gastos crescentes com planos de saúde — que afetam os clientes, as empresas e as próprias operadoras –, o médico Ricardo Ramos acredita que a solução está na boa análise de dados.

Foi com base nesse preceito que Ramos, formado na década de 1990 na prestigiada Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo, decidiu há mais de uma década deixar parcialmente de lado a “mão na massa” da medicina e seguir rumo à gestão de saúde, e, sobretudo, à tecnologia.

Nos últimos cinco anos, o médico está à frente da vice-presidência de inteligência de dados da Funcional Health Tech, empresa fundada em 2000 que vende ferramentas de gestão para planos de saúde, farmácias e departamentos de Recursos Humanos.

Seu desafio acaba de dobrar de tamanho nesta semana. A Funcional concluiu a aquisição do grupo Strategy/Prospera, conforme divulgado em primeira mão a EXAME. A aquisição fez a empresa passar de 3,5 milhões para 7 milhões de clientes vinculados a seus planos de saúde parceiros, com a chegada dos cerca de 100 planos de saúde clientes da Strategy/Prospera.

A Strategy/Prospera tem mais de 20 anos no mercado e oferece uma consultoria tributária e de regulação para que os planos de saúde se adequem às regras da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), reguladora do setor.

Com a junção de forças, o número de clientes da Funcional passa a representar 15% das mais de 40 milhões de pessoas que pagam planos de saúde no Brasil. Entre os planos clientes da Funcional estão operadoras como Sompo Seguros, Unimed Fortaleza, Unimed Ribeirão Preto, Uniodonto Campinas.

A compra da Strategy/Prospera faz parte do plano da companhia de investir mais de 50 milhões de reais em 2020, com o objetivo de consolidar a presença da empresa no mercado de tecnologia de saúde. A empresa também está com 50 vagas abertas, 30 delas para a área de tecnologia, e vai inaugurar neste mês um novo escritório em Barueri (SP), com o triplo do tamanho do anterior.

Para o futuro, um dos principais objetivos do braço de dados da Funcional na integração com a Strategy/Prospera será pensar em novos produtos em conjunto, diz Ramos. “A mesma empresa pode desejar comprar tanto os produtos de regulação da Strategy quanto nossa estratégia conjunta de inteligência de dados”, diz o executivo. Raquel Marimon, presidente do grupo Strategy/Prospera, segue à frente da operação da empresa. “Nossas complementariedades possuem grande potencial transformador no setor de saúde”, completa Marimon.

Ricardo Ramos, VP da Funcional Health Tech: junção entre medicina e dadosFuncional/Divulgação

A busca pela eficiência

O braço de dados é um dos três segmentos da Funcional, que transaciona por ano mais de 10 bilhões de reais. A empresa vende também serviços de gestão e tecnologia para farmácias e planos de saúde, além de seguro medicamento para o departamento de Recursos Humanos de empresas. Em 2019, a companhia faturou 130 milhões de reais, com projeção de chegar a 150 milhões de reais em 2020.

A frente de seguro medicamento foi a primeira na empresa, no começo dos anos 2000. Nessa modalidade, as empresas oferecem um valor para o funcionário que precisa comprar algum remédio, ou um desconto na compra do medicamento em farmácias conveniadas. “São empresas que já tinham assistência médica, seguro de vida, e passaram a oferecer também seguro medicamento”, diz Ramos. No portfólio de clientes corporativos, estão os RHs de gigantes como BR Distribuidora, Coca-Cola, Estácio, L’Oreal, Klabin, entre outros.

Para oferecer medicamentos cada vez mais baratos aos conveniados do seguro, a empresa começou a fazer parcerias com centenas de farmácias — hoje, são mais de 70.000 farmácias parceiras em todo o Brasil.

Com o tempo, as próprias farmácias também começaram a demandar outros tipos de serviço, e a Funcional passou a oferecer ferramentas de gestão dos descontos no varejo. Atualmente, é comum ir a uma farmácia e obter um desconto vinculado ao plano de saúde e ao seu perfil de gastos, e a Funcional é capaz de fazer essa gestão.

Hospital: boa gestão de dados podem tornar investimentos mais focados nos grupos que realmente precisamRicardo Correa/EXAME

Dados, para que te quero?

Ramos aponta que frequentemente os RHs das empresas ou os planos de saúde gastam esforços (e recursos) em ações preventivas para colaboradores que não necessariamente precisam daquela ação. Ao ter uma boa gestão dos dados, é possível direcionar o investimento de forma mais certeira.

Um piloto com a Nestlé, por exemplo, conseguiu aumentar em 25% a adesão a tratamento de medicamentos e fez cair em 7,5% os custos com assistência médica. Além do seguro para compra de medicamentos, a Funcional atuou com dados e ajuda em gestão junto ao RH e o plano de saúde da empresa para entender o perfil de doenças e necessidades dos colaboradores. “Um dos mecanismos que mais usamos aqui é usar machine learning [aprendizado de máquina] para que a tecnologia nos diga qual população vai mais se beneficiar de uma ação preventiva”, diz.

Planos também não conseguem, por exemplo, contabilizar de forma precisa os custos de um cliente no longo prazo, diz Ramos. “Às vezes, o cliente opera em um hospital A, mais barato, mas a cirurgia fica mal feita e dá problema ao longo dos próximos 12 meses. Conseguimos simular com mais precisão o custo caso a cirurgia tivesse sido feita no hospital B, que, embora mais caro, exigiria menos manutenção — e geraria um cliente mais satisfeito”, afirma.

A Funcional consegue ainda atuar em prevenção de fraudes — que fica hoje entre 18% e 23% de todos os processos de saúde. Envolvem, por exemplo, a compra de equipamentos, remédios ou exames que não são necessários. A Funcional tem um algoritmo que batizou de “Lupa”: a tecnologia identificou que, em média, 12% de todas as transações que passam pela base da empresa precisariam de uma auditoria mais estreita.

O setor de saúde também passa por discussões mais aprofundadas com o início da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais, que entra em vigor em agosto deste ano e estabelece regras mais rígidas para que dados sejam compartilhados entre empresas. Ramos aponta que a Funcional já faz, historicamente, adaptações para manter a segurança dos dados de seus clientes.

O serviço oferecido pela companhia nunca foi tão necessário. A inflação médica, base para reajuste dos planos de saúde, deve ter fechado 2019 com alta de 15%, quatro vezes maior que a inflação geral, segundo projeção da consultoria Aon. Ao mesmo tempo, a concorrência nunca foi tão apertada. Uma série de startups também vêm apresentando serviços parecidos aos da Funcional, de inteligência de dados a ferramentas de gestão. Das mais de 380 startups com serviços de saúde (as chamadas health techs) mapeadas pela Distrito, de inteligência sobre startups, cerca de 87% foi criada nos últimos cinco anos.

A seu favor, Ramos aponta que a Funcional tem mais de 20 anos de relacionamento com os clientes. A empresa também consegue atuar de forma independente, o que pode fazer planos de saúde terem mais confiança em compartilhar dados. Para além das startups, uma das maiores concorrentes é a gigante Optum, empresa de tecnologia da United Health, dona da operadora de plano de saúde Amil e que fatura mais de 200 bilhões de dólares no mundo. “O fato de sermos independentes é um grande diferencial em nosso grau de confiabilidade”, diz Ramos.

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