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Procura um apoio, tenta se erguer, perde o equilíbrio, cai. Levanta-se de novo, consegue se manter em pé, aprende mais um pouco. A paternidade me ensinou que essa é a rotina de uma criança ao aprender a andar.

A vantagem é que, com prática e estímulo, o equilíbrio começa a aparecer, passos mais largos e seguros são dados e a confiança vai aumentando. Aprender a andar é um processo, não algo que acontece da noite para o dia.

Recuperar-nos da covid-19 vai exigir “baby steps”. Não vamos voltar ao ritmo pré-pandemia de uma hora para outra. Haverá lentidão e tropeços até encontrarmos a receita para caminharmos nessa nova dimensão em que fomos lançados.

Teremos que incorporar novos comportamentos, como o uso cotidiano de máscaras, e renunciar a outros a que estávamos habituados. Quando, por exemplo, poderemos voltar a cumprimentar as pessoas com um aperto de mão?

A pandemia de covid-19 se alastrou pelo planeta em pouco mais de 100 dias. O mundo, que entrava em mais um ano de um longo ciclo de crescimento, deu um “cavalo de pau” e se viu diante de seu maior desafio desde o fim da segunda guerra mundial.

Médicos, cientistas, governos e empresas tentam encontrar respostas para nossas incontáveis perguntas. Temos algumas pistas, muitas opiniões, mas muito poucas certezas – ou quase nenhuma.

Ao contrário da metáfora que muitos usam, essa não é uma “guerra”. É a mãe natureza que relativiza a importância de nossa geração diante de suas 4,5 bilhões de voltas em torno do Sol.

É Darwin em estado bruto. Não se trata do mais forte ou inteligente, mas daquele que melhor se adapta. A única certeza: o mundo não sairá dessa crise como entrou.

Muitos de nós temos aproveitado esse momento para fazer uma revisão completa da própria vida. Hábitos, comportamentos, valores, desejos, tudo está sendo questionado – e, frequentemente, recalibrado. Estamos agora focados em sobreviver à crise, protegendo em primeiro lugar a saúde das pessoas.

Depois de nos adaptarmos ao lockdown, muitas economias começam a ter algum nível de flexibilização, será preciso voltar os olhos para o futuro. Parafraseando o estadista britânico Winston Churchill, estamos atravessando um inferno e precisamos continuar andando. Como será o “novo normal” pós-pandemia?

Reuniões que se arrastavam por horas e demandavam semanas de negociação de agenda entre assistentes são resolvidas em slots de 15 minutos. O aperto de mão deu lugar ao quadradinho na tela, para que todos nos mantenhamos em nosso “Lar doce escritório”.

Ainda que existam limitações, é preciso reconhecer que é possível ser tão produtivo em casa quanto na empresa. Nas últimas semanas muitas empresas começaram a questionar se, passada a crise da covid-19, poderiam redimensionar seus escritórios e criar um modelo permanente de trabalho remoto para seus funcionários.

O experimento social do isolamento em escala global vai impulsionar o que se começa a chamar de “low touch economy”, uma economia baseada na combinação de tecnologia e distanciamento físico.

Do mesmo modo, a experiência de consumir online, intensificada durante a pandemia, não deve voltar aos níveis pré-Covid-19 quando a doença já estiver sob controle. Os consumidores se habituaram a comprar quase tudo pela internet – de alimentos e produtos de limpeza em um supermercado a filmes e seriados nas diversas plataformas de streaming.

Sem poder frequentar bares e restaurantes, eles recorrem aos serviços de delivery para saborear seus pratos favoritos em casa. Com shows e concertos cancelados, o público agora assiste aos espetáculos em lives na internet. Não se trata de comportamentos adotados apenas pelos “nativos digitais”.

Pessoas de todas as faixas etárias se renderam a essa nova maneira de consumir. A digitalização exponencial é um caminho irreversível.

A covid-19 acelerou a transformação digital das empresas mais rápido do que qualquer CIO, CTO ou guru da tecnologia foi capaz. O setor de saúde será um dos mais afetados por essas transformações. A telemedicina chegou para ficar e eliminar a barreira física, o deslocamento e a limitação de convergência do espaço tempo.

As empresas que atuam nesse mercado precisarão prover mais tecnologia, mais inovação, mais inteligência e muito mais integração de dados.

A medida é uma excelente notícia para médicos (que podem fazer consultas de casa), pacientes (que podem dar continuidade a seus tratamentos ou fazer consultas de baixa complexidade sem se colocar em situação de risco) e empresas do setor (tanto as tradicionais quanto as healthtechs que começam a se multiplicar).

Num país com dimensões continentais como o Brasil e com trânsito caótico nas grandes cidades, o tempo e o custo de deslocamento até um consultório médico podem ser impeditivos para que o paciente cuide da saúde com o rigor necessário.

Com consultas, exames, prontuário eletrônico, todo seu histórico disponível de forma integrada em seu smartphone, o paciente vai poder ter muito mais controle sobre sua saúde. Além do simples fato de que evitaremos aglomerações em serviços de saúde. A saúde chegou para ficar nos celulares.

Diante das notícias internacionais nos convencemos de que era melhor ficar em casa. Um experimento social como nunca visto antes. Escolhemos a vida e achatamos, ou pelo menos alongamos, a curva. Mas ela está longe de estar controlada.

Assim como no resto do mundo, o Brasil está colocando à prova neste momento toda sua cadeia de saúde. Fornecedores de suprimentos, hospitais, operadoras, todos precisarão encontrar uma maneira de se adaptar à nova realidade.

O pânico reacendeu na população a certeza de que a saúde é o bem mais valioso que existe. Para cuidar dela à altura, precisaremos deixar de lado velhas convicções do passado e abraçar os melhores recursos que a tecnologia pode oferecer.

Em contrapartida, imaginemos o potencial desse mar de dados integrados de nossa saúde, hábitos e deslocamentos. Com tanta informação disponível, em alguns países já se discute até mesmo a possibilidade de emitir “certificados de imunidade” para pessoas que foram contaminadas e não apresentam mais sintomas de Covid-19 – isso se confirmado que os anticorpos são duradouros.

Esses cidadãos estariam, por exemplo, liberados do confinamento. A pergunta que fica é: em termos éticos, quais os limites para o uso das informações de saúde das pessoas? Esse será um dos grandes debates depois de sairmos dessa crise. Ao escolhermos a vida, reinterpretaremos a liberdade?

Literalmente, andar livremente nesse mundo novo será a conquista de um período em que fomos obrigados a aprender em poucos meses o que levaríamos anos para planejar e colocar em prática. Não seremos os mesmos, viveremos ainda o medo durante a era pré-Vacina.

O que nos resta é encarar o primeiro degrau. Parar, olhar, respeitar, buscar um apoio e confiantes seguirmos em frente para o próximo passo. Baby steps.

Pra quem será seu primeiro aperto de mão Pós-Covid-19?

Carlos Marinelli é CEO do Grupo Fleury

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